Pequenas e microempresas estão aderindo ao ESG

Escrito por suporte em 20 de março de 2024

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Pequenas e microempresas estão aderindo ao ESG

Ações de responsabilidade social, ambiental e de governança atraem clientes, contratos e financiamentos, gerando valor aos processos produtivos dos negócios.

O ESG, que engloba os temas social, ambiental e governança corporativa, tem ganhado cada vez mais relevância no contexto das pequenas e microempresas. Além de uma prática fundamental para atrair clientes, novos contratos de fornecimento e financiamentos bancários, por exemplo, ela é crucial para gerar valor, promover desenvolvimento da capacidade de gestão da empresa e de seus processos sociais e produtivos.  

A implementação das diretrizes ESG requer um compromisso contínuo com o compliance, para garantir que as políticas e práticas estejam em conformidade com as leis e normas que abrangem essas áreas. A partir desse comprometimento, as empresas podem promover uma cultura organizacional baseada em ética e transparência.

Um sistema de compliance que integre as práticas de ESG permite avaliar questões legais e regulatórias, além dos reflexos sociais e ambientais das ações empresariais. Alguns exemplos incluem identificar os riscos associados à empresa, fortalecer a reputação da marca e promover a sustentabilidade dos negócios a longo prazo.

De acordo com pesquisa do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) feita no Brasil, 78,4% das empresas adotam a agenda ESG no país. A iniciativa integra um conjunto de políticas e práticas que organizações podem aderir para estarem consoantes à sustentabilidade e à responsabilidade social nos negócios. 

O estudo mostrou ainda que as principais razões pelas quais as empresas adotam essas práticas em suas operações incluem a preocupação com os impactos ambientais e a promoção de uma economia sustentável.

Além disso, os dados revelaram que a reputação e a imagem de 70% das companhias também foram impactadas de maneira positiva, segundo a gerente de conhecimento do Pacto Global da ONU no Brasil, Gabriela Rozman, em entrevista à imprensa. 

Ela explica que esse percentual se deve ao fato de que os consumidores estão cada vez mais exigentes em relação a optarem por produtos e serviços de empresas que não busquem apenas o lucro, mas contribuam para a sociedade e o meio ambiente.

O levantamento indica também que, apesar de 67,4% das organizações que não adotam iniciativas ESG afirmarem não sofrer sanções ou impactos negativos por esse motivo, esse cenário pode estar mudando.

Das empresas entrevistadas, 8,9% relataram ter perdido consumidores ou negócios, 4,2% tiveram seu valor de mercado reduzido e 3,7% enfrentaram dificuldade de acesso a linhas de financiamento. O reflexo negativo menos mencionado, 3,2%, foi o menor engajamento de colaboradores e a dificuldade em atrair talentos.

Práticas impulsionam sustentabilidade e competitividade

De acordo com estudo da Serasa Experian, 89% das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) já contam com algum tipo de prática ESG no cotidiano. Contudo, apenas 33,3% dos negócios têm conhecimento aprofundado sobre o que o tema significa.

Mais de 520 MPMEs participaram do levantamento, levando em consideração a classificação do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Para 89% das organizações, as práticas de ESG têm papel essencial na competitividade, mesmo sem terem um conhecimento aprofundado sobre a temática. Segundo o estudo, 66% das empresas aplicam ações no pilar de governança. Responsabilidade social, por sua vez, é uma preocupação para 52%, e 50% apostam em atividades ligadas à sustentabilidade e à responsabilidade ambiental.

As ações de ESG devem ser concretas e baseadas nos três pilares. Essas medidas indicam que o negócio busca formas de minimizar impactos no meio ambiente e construir um cenário mais justo e responsável para as pessoas, mantendo processos eficazes de administração e gestão.

Além disso, ESG também pode ser um caminho para investimentos pautados em critérios de sustentabilidade. Em vez de considerar somente indicadores financeiros, investidores também têm observado fatores ambientais, sociais

e de governança. Conforme estudo mundial feito pela MSCI com investidores institucionais, 77% dos entrevistados incrementaram, significativamente, seus aportes em ESG.

Vantagens e desafios de cumprir uma agenda ESG

Conforme levantado pelo e-book “ESG: Pequenas empresas, negócios sustentáveis”, do Sebrae, algumas vantagens para as empresas que adotam condutas baseadas em ESG incluem a fidelização de consumidores que valorizam produtos e serviços sustentáveis e a redução de interferências regulatórias e legais.

Outros benefícios são os ganhos de produtividade e a redução de custos operacionais, a mitigação de possíveis riscos socioambientais e a melhoria na imagem e na reputação.

Já em relação aos desafios enfrentados pelas pequenas e microempresas em integrar procedimentos de ESG têm a ver com o acesso à informação qualificada sobre o assunto.

Outra dificuldade destacada é o fato de as abordagens técnicas e as certificações no mercado para uma agenda ESG costumam ser mais voltadas para o universo das grandes corporações. Essa dinâmica faz com que seja desafiador adotar ações mais sustentáveis coerentes com o porte das atividades.

Outro ponto apontado com desafiador é a concepção de que condutas de ESG são onerosas. Segundo o Sebrae, por mais que haja a necessidade de investimentos em determinadas áreas, é preciso que as pequenas empresas deem passos condizentes com a sua capacidade financeira e de financiamento para evitar problemas.

Além disso, o material enfatiza que pequenas ações de ESG podem representar resultados significativos, mesmo sem muitos investimentos.

Como pequenas empresas podem iniciar esse caminho?

Para adotar técnicas e abordagens de ESG, o Sebrae sugere princípios e diretrizes às pequenas e microempresas, como definir as iniciativas que podem ser colocadas em prática conforme características, capacidades e objetivos do negócio.

Além disso, é recomendado demonstrar comprometimento real com os procedimentos dos três pilares ESG, para que eles estejam presentes na postura e no funcionamento do cotidiano organizacional.

Compreender e reconhecer as consequências das atividades realizadas dentro da empresa, estabelecendo metas e indicadores mensuráveis para impulsionar o progresso contínuo do negócio, são outras maneiras indicadas de alcançar esse objetivo.

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